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Segunda-feira, 25 Novembro, 2024

Mais de 50% dos brasileiros acreditam que professores não são respeitados

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Mais de 50% dos brasileiros acreditam que professores não são respeitados

Pesquisa realizada pelo IPEC em parceria com o Instituto Península apontou que mais de 50% dos brasileiros acreditam que professores não são respeitados. No entanto, 98% dos brasileiros crêem que bons professores conseguem transformar a vida de uma pessoa. 

A pesquisa confirma em números o que se fala sobre os professores, especialmente, após a pandemia e as aulas online, conforme destaca a mestre em educação, Claudia Vieira Levinsohn. “Com o desafio das aulas online os pais perceberam ainda mais a importância da sala de aula e da dedicação dos professores”.

Além de dados sobre a percepção da sociedade sobre os professores, neste texto você também vai conferir informações sobre condições de trabalho, oportunidades de desenvolvimento profissional, déficit de professores e a avaliação de especialistas sobre o assunto. Acompanhe!

Por que os professores são tão desvalorizados no Brasil?

Um dos principais motivos para a desvalorização dos professores é porque grande parte dos brasileiros não enxerga a escola como um ambiente profissional adequado. Em outras palavras, não existem condições de trabalho adequadas para os docentes.

Essa é uma das justificativas apresentadas na pesquisa do Instituto Península, divulgada em outubro de 2022. No levantamento, 72% dos brasileiros reconhecem que a profissão de docente não é valorizada quando comparada a outras.

Além disso, apenas 57% creem que os estudantes respeitam seus professores, por conta do ambiente hostil e pouco preparado em que atuam.

Isso se tornou ainda mais evidente com o surgimento da pandemia de coronavírus, em 2020. A adoção de aulas remotas causou não apenas uma defasagem escolar, mas também um déficit na Educação no Brasil.

“A conta de dois anos em que crianças e adolescentes ficaram praticamente paradas em casa, com mães e avós sem conseguir acompanhar o ensino por falta de tempo, de computador ou de internet, chegou e desafia especialmente os professores, que tentam entender e organizar os conflitos com muita paciência e dedicação. No entanto, esses profissionais passaram a ser mais enxergados porque os pais perceberam a importância da troca em sala de aula” opina Claudia Vieira Levinsohn, mestre e especialista em Educação, em seu artigo para a revista Exame.

Mesmo com os baixos salários e com o enfrentamento de novas práticas desconhecidas na educação, a pesquisa do Instituto mostrou que as pessoas reconhecem a importância do professor.

98% dos entrevistados afirmaram que esses profissionais conseguem transformar vidas. O contato das famílias com a educação durante o isolamento social deixou isso mais evidente.

A importância da formação e desenvolvimento dos professores

Para superar a desvalorização dos professores e melhorar a Educação no Brasil é preciso investir em melhores formações e desenvolvimento de profissionais.

Isso porque os educadores são os principais agentes de transformação, mas devem acompanhar as novas demandas conforme elas avançam.

Entretanto, não será possível atender a essa formação sem investimentos e reconhecimento social, que levam a condições precárias de trabalho.

Um desenvolvimento continuado permite que os profissionais consigam atender às necessidades dos estudantes, sejam melhor remunerados e mais valorizados em sala de aula.

Caso contrário, a Educação no Brasil poderá sofrer um déficit considerável no futuro. É o que indica a pesquisa do Instituto Semesp.

O envelhecimento dos professores subiu 109% entre 2009 e 2021. Em contrapartida, houve uma queda no número de docentes até 24 anos em início de carreira.

Segundo o estudo, existe um risco de falta de profissionais até 2040, com um déficit de 235 mil professores em todas as etapas da educação básica.

Assim, é essencial incentivar a formação e o desenvolvimento dos docentes com condições justas e valorização social.

Como valorizar mais a educação no Brasil?

Para valorizar a educação no Brasil é preciso começar pelas impressões sociais, e fazer com que mais pessoas respeitem e apoiem essa profissão.

Com isso, as condições de trabalho também melhoram, além do reconhecimento que leva a uma remuneração justa, incentivando novos profissionais a se dedicarem.

Para Claudia Vieira Levinsohn, é importante investir também na qualificação e na saúde emocional dos profissionais de ensino de forma que fiquem mais preparados para atender às demandas desse cenário tão desafiador.

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